Por Fernando Galvani, médico veterinário PA / MA / TO
É supreendente o desempenho reprodutivo dos reprodutores Guzerá nas fazendas em que acompanhamos a sua utilização.
Após prévia avaliação reprodutiva (andrológico e libido), eles são desafiados em proporções (touro:vaca) que variam de 1:40 a 1:120
em estação de monta de até 90 dias. Os resultados variam entre 83% a 95% de gestação, dependendo do lote desafiado.
Experimentalmente, foram desafiados em proporção 1:200 por duas vezes. No primeiro experimento, que durou apenas 21 dias,
o objetivo foi testar a capacidade reprodutiva diária e em um período correspondente a um ciclo estral.
Nesse experimento, dois touros foram desafiados com 400 vacas (meio sangue Nelore x Pardo Suiço e/ou Limousin), solteiras
e ganhando peso. Ao final dos 21 dias, os touros foram removidos e, após 30 dias, a prenhez foi verificada através de
ultrassonografia. Confirmaram gestação 160 vacas, perfazendo uma taxa de 40% em 21 dias, resultado excelente para o período.
No segundo experimento, dois touros Guzerá com idade média de 5 anos foram desafiados com 390 vacas também solteiras e
ganhando peso, onde a taxa de cio foi de 3,5% ao dia. Foram 152 (38,9%), 244 (62,6) e 304 (78%) fêmeas gestantes aos 21,
42 e 68 dias, respectivamente.
Diante da nossa rotina na lida na reprodução animal e desses resultados experimentais, pode se concluir que:
1) os touros
Guzerá estão sendo subutilizados;
2) o touro Guzerá se apresenta como uma excelente ferramenta para melhorar a fertilidade
do rebanho, pois mesmo sendo utilizados em proporções touro:vaca acima da usada na rotina ele manteve excelentes taxas de
gestação;
3) o uso de touros Guzerá diminui os custos de produção de bezerros, uma vez que pode acasalar com muito mais
vacas que o normalmente utilizado; e
4) some-se a isso os ganhos com heterose, se for utilizado no cruzamento.